sábado, 5 de junho de 2010

A Noiva do Homem-Aranha

Foi como todo final feliz que se preze: a mocinha, que antes relutava em aceitar o amor do herói, acaba deixando o noivo “certinho”no altar pra viver seu grande romance. Foi assim com Mary Jane e Peter Parker. Ela, uma atriz às voltas com uma peça de sucesso num grande teatro; ele, fotógrafo freelancer para um tablóide sensacionalista e, nas horas vagas, super-herói. O final do filme “Homem-Aranha 2” nos dá um prazer que nunca tivemos em outras obras do gênero: o de ver o mistério desvendado. Saber que a identidade de Peter Parker foi revelada e que sua amada finalmente soube de seu segredo e aceitou seu amor, dá a nós, espectadores, uma sensação de alívio.  Mas como seria a continuação desta história?

Os créditos sobem e minha imaginação me faz pensar como seria a vida de Mary Jane casada com um super-herói, ocupado 24 horas por dia em salvar vidas. No início do casamento, felicidade total. O beijo que tinha feito ela se apaixonar pelo misterioso herói que lhe resgatara uma vez era, que bom, de seu marido. Mas, aos poucos, a vida a dois iria se desgastar, como em qualquer casamento. Com Peter ausente para derrotar inimigos em cada esquina, os momentos juntos eram cada vez mais escassos. Era ouvir o barulho de uma sirene para Mary saber que seu marido iria correndo se jogar da janela. Ela precisava de mais. Um marido de verdade, companheiro, presente.

Como obrigá-lo a lhe dar mais atenção, a ouvir suas histórias e a entender seus problemas? Como pensar num futuro com Peter? Como ter filhos e submetê-los ao perigo diário da vingança de algum inimigo? O que dizer às crianças sobre o pai a cada vez que ele se ausentasse? Então tomou coragem e chamou-o para discutir a relação. E vieram as pequenas discussões, as brigas, a separação.

O tempo passou e os dois descobriram que suas vidas eram melhores separadas. Ambos acreditavam que a felicidade estava no outro, mas a dor de saber que aquele amor estava se perdendo em meio à rotina e à solidão os fez abrir mão da união. E, como em outras histórias de amor, Mary Jane e Peter Parker resolveram ser apenas grandes amigos.

Ela casou-se, teve filhos com o ex-noivo que há muito abandonara na porta da igreja. Peter era praticamente da família: solteiro, o pouco tempo livre que tinha dedicava a ensinar aos meninos como ser um verdadeiro herói. Mas não cansava de repetir, como se estivesse arrependido pela decisão tomada um dia: “antes de pensar em salvar a vida alheia, ocupe-se em salvar sua própria felicidade.”

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