segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Atos e Consequências

Uma ligação. Um passo. Você atravessou a rua e deu de cara com o amor da sua vida. Você atendeu aquele telefonema e seu destino mudou pra sempre. Coincidência? Acaso? Um filme estrelado pela
Gwyneth Paltrow, em 1998, mostra como seria a vida da personagem se ela tivesse chegado alguns segundos antes à estação de metrô e não tivesse perdido o trem. "De caso com o acaso" é uma comédia romântica que nos faz pensar naquela velha perguntinha: "e se...?" E se você tivesse aberto a porta do trem  e entrado naquele vagão em vez de perdê-lo? E se você tivesse chegado em casa dez minutos antes e visse seu marido te traindo?

Você já parou pra pensar quantas coisas na sua vida seriam diferentes se você não tivesse tomado alguma decisão? Se você nunca tivesse ido àquela festa, não teria conhecido o cara com quem você se casou. Se  nunca tivesse feito aquela prova, não teria virado estagiária da empresa onde hoje você é chefe. Se nunca tivesse ido naquela viagem, não teria o conhecimento que precisava para ser aprovada naquela entrevista.

Destino? Deus? Sorte? Estava escrito?

Você pode não acreditar em nada disso. Mas o fato é que a vida oferece oportunidades infinitas e cabe a nós escolhermos por qual lado da calçada andar, em quais números da loteria apostar. Na maioria das vezes, não nos damos conta de como um ato banal pode mudar nossas vidas. Porque, na maioria das vezes, atos banais não mudam mesmo nosso futuro. Mas, quando menos esperamos, a vida nos surpreende.

Quantas vezes não saímos de casa com preguiça e a noitada da qual não esperávamos nada acaba sendo a melhor do ano? Quantas vezes não conhecemos pessoas que vão virar grandes amigos por meios completamente inusitados? Como jornalista esportiva, já vi vários casos de medalhistas que começaram a praticar algum esporte porque, um dia, estavam sentados na frente da tv assistindo a um programa que os fez pensar: "E SE eu começasse a jogar isso?" E pronto: a vida estava mudada pra sempre.

Talvez aquele sinal tenha fechado pra que você não sofresse um acidente 100 metros adiante. Ou você até tenha sofrido um acidente pra se casar com o médico que te atendeu no hospital. Você pode ter perdido aquele importante jantar de negócios por causa do trânsito, mas também porque acabaria tendo uma indigestão se tivesse ido. Você não precisa saber reconhecer que atitude tomada desenhou sua vida como ela é hoje. Mas que viver com a sensação de que temos as rédeas das nossas vidas é muito mais divertido, ah, isso é.