quarta-feira, 25 de maio de 2011

Agentes do Destino

O filme ainda está passando, e se você não viu, saiba que vale o ingresso. “Agentes do destino” é mais que um filme polêmico sobre se existe ou não destino. É uma história sobre escolhas, sobre não deixar que ninguém escreva sua vida por você, sobre o amor, sobre pensar no outro, sobre desafiar, sobre saber que só a gente é capaz de mudar o rumo da própria vida.

Um político bem sucedido, que acaba de perder uma eleição para senador, encontra uma mulher misteriosa num banheiro masculino e descobre que ela é o amor de sua vida. Mas alguém lhe diz que o destino deles não é ficarem juntos, e um grupo de agentes, designados pra cuidar da vida de todos os seres humanos, vai tratar de impedir que este romance siga adiante. Só que o cara, certo de sua paixão, faz de tudo pra conseguir escrever um novo futuro - inclusive andar no mesmo ônibus, no mesmo horário, todos os dias durante três anos, pra ver se encontra novamente sua amada.

A história se desenvolve bem mais complexa do que isso, mas no fundo a lição é: não tem essa de destino já traçado. Cabe a você escrever as páginas mais importantes da sua biografia. Ou, trocando em miúdos: não desperdice um sonho porque você acha que não foi feito pra ele, ou que nunca vai acontecer. Não aceite tudo o que os outros te dizem, não se conforme com o que a vida te deu, se aquilo não é o que você realmente quer. Ouse. Desafie. Arrisque. Tente.

Conheço um cara que pensa assim. É bem sucedido, trabalha numa posição em que muitos gostariam de estar. Mas, simplesmente, não é a dele. Ele não encontrou a felicidade completa naquela profissão. E decidiu começar a correr atrás do que realmente o faz feliz. Admiro sua coragem, não sei se, a esta altura da minha vida, faria o mesmo. Mas tenho sorte de ser feliz com o caminho que escolhi. Se você não tem, saiba que o percurso pode ser difícil, mas, pior do que tentar, é passar a vida inteira achando que poderia ter tentado. Pior do que se arrepender do que você fez, é se arrepender do que você nunca fez. Além do mais, na vida real, não existem os tais "agentes do destino" pra tirar você da rota que você escolher. Basta tomar a decisão certa e ser feliz.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Um Drummond

"Definitivo, como tudo o que é simples.

Nossa dor não advém das coisas vividas, mas das coisas que foram sonhadas e não se cumpriram. Por que sofremos tanto por amor? O certo seria a gente não sofrer, apenas agradecer por termos conhecido uma
pessoa tão bacana, que gerou em nós um sentimento intenso e que nos fez companhia por um tempo razoável, um tempo feliz. Sofremos por quê?

Porque automaticamente esquecemos o que foi desfrutado e passamos a sofrer pelas nossas projeções irrealizadas, por todas as cidades que gostaríamos de ter conhecido ao lado do nosso amor e não conhecemos, por todos os filhos que gostaríamos de ter tido junto e não tivemos, por todos os shows e livros e silêncios que gostaríamos de ter compartilhado, e não compartilhamos. Por todos os beijos cancelados, pela eternidade. Sofremos não porque nosso trabalho é desgastante e paga pouco, mas por todas as horas livres que deixamos de ter para ir ao cinema, para conversar com um amigo, para nadar, para namorar.

Sofremos não porque nossa mãe é impaciente conosco, mas por todos os momentos em que poderíamos estar confidenciando a ela nossas mais profundas angústias se ela estivesse interessada em nos compreender.

Sofremos não porque nosso time perdeu, mas pela euforia sufocada. Sofremos não porque envelhecemos, mas porque o futuro está sendo confiscado de nós, impedindo assim que mil aventuras nos aconteçam, todas aquelas com as quais sonhamos e nunca chegamos a experimentar.

Como aliviar a dor do que não foi vivido? A resposta é simples como um verso: Se iludindo menos e vivendo mais!!!A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca, e que, esquivando-se do sofrimento, perdemos também a felicidade.

A dor é inevitável. O sofrimento é opcional."